Jeremias capítulo 11

Jeremias capítulo 11

 

Cap. 11 – O pacto é violado

Em Jeremias 11, vemos o profeta anunciar sua quarta mensagem.

Aqui ele foca na ruptura da aliança entre Judá e o Senhor, por causa da desobediência da nação. Essa profecia ocorreu cerca de 621 a.c, quando Jeremias já estavahá 6 anos como profeta do Senhor. 

 Neste mesmo período, o templo estava em reforma por ordem do rei Josias, e uma reprodução da lei foi encontrada durante as obras (2 Crônicas 34:14-33). Esse fato é bem registrado pelo Profeta, que dá bastante ênfase a ruptura da aliança por parte do povo de Deus (Jeremias 11:3-5). Ele convida o povo, mais uma vez para ouvir as palavras da Lei do Senhor e relembrar as promessas de Deus, para eles.

Após o encontro do rolo, Deus ordena a Jeremias para refletir nos mandamentos da Aliança feita com o povo no deserto e comparar o comportamento de Judá e Jerusalém. Principalmente, a parte que aborda as promessas relacionadas a obediência e desobediência  (Deuteronômio 28).

11.1-17, deste capítulo, veremos a maldição da aliança. O Senhor lembra os judaítas que os termos de sua aliança com ele incluem a maldição do exílio daqueles que violassem os seus mandamentos de modo flagrante e contínuo.

As palavras deste pacto ou aliança se referem aos mandamentos de Deus e as estruturas de bênção e maldição associadas a esses mandamentos. Já o termo aliança designa o relacionamento no qual Deus entrou por sua iniciativa:

- Com toda a humanidade na criação (Gn 1-3).

-Com toda a humanidade nos dias de Noé (Gn 9.1-17).

-Com Abraão, como pai de Israel (Gn 17.1-21).

-Com Israel no Sinai (Êx 19-24).

-Com Davi (25m 7.12-16; SI 89.3).

-A nova aliança (31.31-34).

 

— Evidencia o conhecimento de Jeremias sobre o concerto descrito em Deuteronômio e as determinações a respeito de bênçãos e maldições. Um concerto é um tratado legal ou um relacionamento entre indivíduos, entre nações, ou — como no caso de Israel — entre uma nação e seu Deus. O concerto determinava direitos, obrigações e responsabilidades das partes que realizavam o acordo.

 

A estrutura da passagem é a seguinte:

1) exortação à obediência (Jr 11.1-7);

2) desobediência de Judá (Jr 11.8-10);

3) julgamento de Judá (Jr 11.11-14); e

4) rejeição da amada do Senhor (Jr 11.15-17).

 

Provavelmente, essa passagem foi registrada nos primeiros anos do reinado de Jeoaquim, por volta de 609—605 a.C., quando o povo deixou de obedecer à aliança mosaica.


11,1,2 — A mensagem de Jeremias, vinda do Senhor, nesse trecho está fortemente associada ao livro de Deuteronômio. O termo traduzido como palavras é o nome hebraico do livro de Deuteronômio; também é utilizado para se referir aos termos do concerto.

 

11.3 — Maldito sugere os aspectos negativos da aliança resumidos em Dt 27.26 (Dt 27 e 28 na íntegra).

11.4 — Fornalha de ferro. Essa terminologia é retirada diretamente de Dt 4.20, apresentado em um contexto de uma advertência contra a adoração a ídolos. Fazei conforme. A obediência é a chave para as bênçãos (Dt 27.10; 28.1-14)

 5,6  Para que confirme o juramento. A bênção da terra, como prometida a Abraão, dependia da lealdade à aliança por parte do povo. As palavras Judá e Jerusalém representam uma maneira padronizada de se referir a toda a nação de IsraeL

Deus deu a ordem a Jeremias para falar suas palavras e Jeremias disse “amém, o Senhor” (v.5)

 Deus lembra do passado, quando Ele diz de promessas aos seus pais, significa aqueles que foram tirados da terra do Egito.

7,8 — A forma enfática da expressão em hebraico deveras protestei destaca o histórico sobre os clamores contínuos e urgentes da parte de Deus — madrugando — para que sua nação lhe fosse fiel, desde o êxodo até o presente. A mensagem tem sido a mesma desde o início. Obedecer. Dai ouvidos também significa obedecer. O termo hebraico traduzido como propósito significa teimosia ou obstinação.

 

11.9,10 — Conjuração é uma trama com intenção vil. Tornaram. O povo voltara aos caminhos de seus primeiros pais, que se haviam rebelado contra Deus e a aliança. Andar após significa servir ou adorar. Os reinos do norte e do sul tinham praticado a idolatria e violado o primeiro dos Dez Mandamentos.

 

11.11 — Pelo fato de o coração da nação ser maligno, Deus iria trazer mal sobre o povo. A justiça de Deus é inevitável quando o pecado é algo intrínseco ao caráter de alguém. Ainda que o povo clamasse em desespero, Deus não ouviria.

 

 12,13 — Em vez de aceitar a punição de Deus e se arrepender de seus maus caminhos, a nação preferiu clamar a outros deuses em busca de libertação. Os altares de incenso (Jr 1.16; 7.9) e os sacrifícios se tornariam objetos de vergonha.

O que Deus queria é que o povo desse ouvido a Suas palavras e fizessem a parte deles, já que Ele (Deus) estava fazendo a parte dEle. Vers. 13 – O povo havia feito muitos deuses e queimavam incenso a Baal.

 

11.14 -   Deus diz a Jeremias para ele não orar por aquele povo (outras citações estão em Jr 7.16 e 14.11) Este versículo pode ser aplicado aos crentes que oram e não recebem resposta, pode ser que estão sendo rebeldes.

A condição de Judá estava determinada. A oração de Jeremias não daria resultado (Jr 7.16; 14.11).

 

15,16 — Minha casa. A nação não tinha o direito de adorar no templo de Deus enquanto se curvava diante de outros deuses.

 

11.17 — O termo traduzido como plantou remete ao tema de 2.21, a ideia de que Deus havia estabelecido Israel como sua melhor videira. No entanto, o contexto fala de um mal iminente resultante da maldade praticada pelo povo de Deus.

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  O julgamento dos opositores de Jeremias (11.18-12.17).

Do verso 18 até do capítulo 12:17 , estaremos vendo o julgamento dos opositores de Jeremias. O anúncio de que a maldição derradeira da aliança, o exílio, estava prestes a recair sobre Judá, incita oposição ao profeta. Deus promete castigar os seus opositores.

Deus promete amaldiçoar os inimigos de Jeremias que surgiram dentro de sua própria família. Essa passagem é a primeira das seções chamadas, com frequência, de "confissões" de Jeremias (11.18-23; 12.1-4; 15.10-21; 17.12-18; 18.18-23; 20.7-18).

Jeremias descreve a sua ingenuidade acerca dos seus inimigos em termos de um sacrifício: “eu era como um manso cordeiro que se leva à matança” (SI 44.11). Jeremias usa com frequência a linguagem dos salmos de lamento. Prefigura, desse modo, o sofrimento de Cristo ( Is 53.7).

O povo parecia irado com Jeremias e queriam mesmo dar um fim nele e destruí-lo para que nem mais memórias dele se ouvisse, principalmente por não ter descendentes. Esse era considerado o pior de todos os destinos. No entanto, por ironia, o próprio livro de Jeremias constitui um memorial ao profeta, enquanto o nome de seus inimigos nem sequer é citado

 

11.18-23 — A desobediência e a obstinação da nação são exemplificadas pelos habitantes da cidade natal de Jeremias. O profeta fiel, rejeitado por seus compatriotas, revela um paralelo na expulsão de Jesus da cidade de Nazaré (Mt 13.53- 58). Nessa seção, Jeremias tipifica a vida de nosso Senhor. O profeta responde com um oráculo de julgamento contra o povo de Anatote. O oráculo é seguido pelas palavras de desespero de Jeremias (12.1-6).

18,19 — O Senhor mo fez saber. Deus revelou a Jeremias um plano que estava sendo tramado contra sua vida.

 projetos contra Jeremias

 Vários homens de Anatote, cidade natal de Jeremias, estavam tramando matá-lo, já que ele os incomodavam mostrando seus pecados e idolatria.

Deus garantiu ao profeta que nada aconteceria a ele e que aqueles que estavam tramando contra sua vida, esses sim, morreriam (Deus não pediu a opinião de Jeremias, Ele deu o veredicto).

1.20 — Jeremias apelou para a vingança de Deus, por ser Ele o único Juiz justo. Pensamentos, literalmente os órgãos internos do corpo, era a maneira de se referir à base das emoções humanas. Coração diz respeito à base do intelecto e da vontade.

Vingança descreve a fúria e a ira de Deus contra o pecado que exige punição.

11.21-23 — As ameaças de morte que os homens de Anatote fizeram contra Jeremias devem ter sido bastante preocupantes ao profeta, pelo fato de Anatote ser sua terra natal. Portanto, ele foi traído provavelmente por pessoas íntimas. Os homens de Anatote insistiram que Jeremias não profetizasse no nome do Senhor. Se Jeremias tivesse aceitado essa exigência, estaria repudiando seu chamado, sua própria identidade e seu Deus. A ameaça de morte a Jeremias foi respondida por meio da punição dos jovens, bem como das crianças. A previsão de morte por meio de fome cumpriu-se quando a cidade foi cercada pelos babilônios nos dias de Zedequias.

 

Jeremias continuou profetizando.